Aqui está Carolina em seu quarto trancado que não recebe luz do sol ou qualquer outro tipo de luz à muito tempo. Sua vida tem sido uma dolorosa repetição dia após dia, já não consegue mais chorar, seu coração e sua mente se abituaram aos mesmos sentimentos; abandono, solidão, medo e dor.
Sua família esta lá em baixo, reunida e alegre, seus parentes contando as histórias de seu primos e primas quando crianças, antes, uma vez ou outra alguem perguntava por ela, hoje é como se ela nem mesmo existisse, se passava por perto durante a conversa, sua presença era menos notada que a de um cão, sendo a presença de um cão notavel demais para tal comparação. Alguns achavam que ela era uma rebelde ou que queria atenção, outros achavam que era louca ou usava drogas. Tantos eram os rumores à seu respeito, tantas as opiniões sobre seu modo de viver e tudo isso ajudava em nada. Seus sentimentos de inferioridade e incapacidade ultrapassavam qualquer esperança de vitória que surgisse em seu coração.
Sua pele estava cheia de cicatrizes. No começo tinha medo de que alguem descobrisse, mas percebeu que era tão insignificante que ninguém notou suas marcas de automutilação.
Queria ajuda, queria muito, mas perdera a capacidade de falar sobre seu problema, mal tinha capacidade para falar. Desejava que alguem notasse seu terrivel problema e a ajudasse livrar-se mal que fazia à si. Mas todos estavam ocupados. Não entendia o terrivel fato de sua existencia, e muitas das vezes à questionava.
Tamanha era sua dor que resolveu poupar o mundo de sua estúpida presença e se entregou a morte.